terça-feira, 19 de outubro de 2010

Casamento é uma farra!

Casamento.
(pensei até em colocar aqui um som de terror para justificar o arrepio nos homens que leram essa palavra)

Não sou contra essa instituição. Pelo contrário, eu acredito nela.
Pode não ser eterna, mas aí seria assunto para outro momento.

O que eu queria comentar mesmo são as festas.
Ahhh... as festas de casamentos...

Isso sim, tenho lá minhas restrições.

A pessoa gasta tubos de dinheiro, faz anos de planejamentos, stress com fornecedores, escolhas de vestidos, para o que?

Para chegar no dia, entrar na festa e seguir uma série de protocolos sem conseguir nem comer e ainda saírem reclamando.

1) As fotos. Logo na entrada, seja no jardim, na recepção, na mesa do bolo, tem que parar para tirar uma hora de fotos. No carro, dirigindo, a noiva empurrando o carro, sorrindo, não sorrindo, fingindo que está dormindo (???), o noivo pega a noiva no colo, eventualmente a noiva pega o noivo no colo, a noiva tem que colocar a mão no ombro no noivo (???), fingindo que vai cortar o bolo (o que é besteira, por que não tira essa quando eles realmente cortarem o bolo?), cruzando as taças de champanhe, etc. Nesse processo os dois já estão suados, o pé da noiva, certeza, que está latejando.

2) A entrada propriamente dos noivos. Hoje, cada vez mais, tem que ser criativos. Mas vou me ater ao tradicional. Os noivos entram, passam por aquele momento constrangedor de aplausos intermináveis, se dirigem ao salão para dançarem A VALSA. A VALSA! Vamos combinar que não existe uma valsa LEGAL de fato. São chatas e longas. E como se não bastasse, tocam 3 valsas. A dos noivos, que normalmente não sabem dançar e fica todo mundo em volta constatando isso; a dos pais, que, acho, são os que mais curtem esse momento; e a dos padrinhos, que se sentem na obrigação de dançar sendo que queriam estar bebendo.

3) Aí passam aos cumprimentos. Tem que ir de mesa em mesa cumprimentando cada um. Ouvindo as mesmas coisas, as mesmas piadinhas: “É, agora não tem mais volta. Já assinou.” – coisa mais inoportuna para o momento, diga-se de passagem. Até aí, tudo bem, mas reparou que os noivos tem que passar de fileira em fileira? Não podem passar em duas fileiras ao mesmo tempo (se eu fizesse um casamento convencional, eu dividiria “vai, vc começa por lá e eu por aqui. Duas fileiras ao mesmo tempo. Vamos apostar quem chega no último primeiro. Valendo!”).
Nesse mesmo momento o moço da filmagem chega a dar nos nervos. Dá zoom, filma os choros, filma as pessoas levantando, as pessoas sentando, a noiva rindo, a noiva comentando com o noivo que não faz idéia de quem seja aquela pessoa. Nisso, aquela luz de apoio na sua cara. A maquiagem é testada NESSE momento. Se resistir a isso, resiste ao casamento INTEIRO.

4) A dança pré-jantar. É obrigatória essa parte da festa. Não importa se estão com sede, com fome, cansados. Eles têm que dar uma dançadinha descontraída antes. Chamar o povo para a pista. Puxar um “Uh-Uhu, ai, ai ai, ai, ai”. Dançar com o tio mão boba. Fará pontos com a nona se puxar um trenzinho também.

5) O jantar. Esse é um momento que dá muita dó dos noivos. Teoricamente deveria ser de descanso e reposição de energia. Mas os coitados não conseguem, porque tem alguns convidados com alguma lesão cerebral, sei lá, que esqueceram que o passo 3 já foi cumprido e querem fazer de novo.

6) Jogar o buquê. Esse momento é até engraçado. A noiva TEM que fingir pelo menos uma vez que vai jogar e não joga. É um “1, 2, 3 e Já... caré”. Ela tem que pegar o buquê que escolheu cuidadosamente, gastou um dinheirão com ele para jogar para um bando de mulheres loucas. E engana-se vc se pensa que a maior parte dessas mulheres é solteira. Elas são noivas também. Noivas que são, provavelmente, enroladas há alguns anos e vêem nesse buquê a esperança do casamento vingar.

Se não bastasse isso tudo, tem as pressões:

- A filmadora estará sempre na cara dos noivos. Não podem fazer movimentos ou comentários bruscos. Senão VAI aparecer no vídeo de casamento assistido por todos em algum jantar ocasional.
- Os noivos têm que dançar bem. Principalmente a noiva. Sempre tem o momento “Samba noiva, samba”, que a coitada tem que erguer o vestido de 600Kg e sambar na pontinha dos pés.
- A pressão para o noivo passar a gravata, mesmo não querendo. Aliás, um protocolo mega dispensável para os convidados. Obrigada!
- A pressão do noivo de beber uísque, não passar mal e mandar bem na noite de núpcias (há-há. No way. Até ele conseguir desabotoar o vestido da noiva, esquece.)

Gente, isso é quase um triátlon. Dá até para visualizar essas etapas aquelas pessoas que pegam os copinhos e jogam em cima da cabeça.
Aliás, essa deveria ser a música de entrada dos noivos.



(não consegui só a música, mas vai um videozinho funnyzinho)

2 comentários:

  1. E qd vc for a noiva?A minha de preferencia...sera q vai achar tao ruim assim?

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  2. Considerações:
    01 -Post impecável, impagável e irresistível.

    02- uma vez me perguntaram: vc vai casar só no civil? eu quero festa!
    Minha repsosta: quem paga festa é o pai da noiva, se ele quiser, que pague para os outros comerem.

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